Nossas emoções também são afetadas pela luz do dia e pelo clima. A tendência é que, em dias de sol, as pessoas se sintam mais alegres, sorridentes e extrovertidas, em comparação à introspecção e sentimentos de tristeza sentidos em épocas de frio com a ausência do sol. Esta mudança de humor acontece devido a uma alteração da química cerebral que pode acontecer com a mudança de luminosidade, afetando nossas emoções.
Por que isso ocorre? A exposição à luz do sol estimula a produção de serotonina, dopamina e melatonina. Essas substâncias são responsáveis pelo bom humor, regulação do ciclo do sono, energia e motivação. Não é à toa que nos países onde a incidência do sol é menor, o número de casos de pessoas com depressão é maior, enquanto em países tropicais, o povo costuma ser mais bem-humorado, receptivo e com mais energia.
Algumas pessoas podem desenvolver principalmente durante o inverno, o que chamamos de Transtorno Afetivo Sazonal, que é um tipo de transtorno depressivo que pode ocorrer em determinadas épocas do ano nas quais há ausência de sol (diferente de uma depressão que pode ocorrer independente da época do ano). Sintomas como isolamento, tristeza, negativismo e falta de ânimo são notados. Pessoas que desenvolvem este transtorno tendem a se recuperar quando expostas ao sol novamente e, às vezes, há a necessidade do uso de antidepressivos. Para ser diagnosticado este transtorno, é preciso que ele ocorra nas mesmas épocas do ano por, no mínimo, dois anos consecutivos.
A luz solar é uma fonte de alegria, já pensou nisso?
Pesquisadores do Agricultural Research Services nos Estados Unidos estudaram mais de mil idosos, checando os níveis de vitamina D no sangue e realizando testes neuropsicológicos. Aqueles que tinham níveis suficientes de vitamina D no sangue – sintetizada pela luz solar – tiveram um melhor desempenho nos testes cognitivos em comparação àqueles que tinham níveis deficientes ou insuficientes de vitamina, apresentando maior capacidade de raciocínio e de percepção.
A Universidade do Alabama e a NASA também estudaram a relação entre a exposição à luz do sol e funções cognitivas como memória, concentração e orientação temporal. Os pesquisadores verificaram que principalmente pessoas com depressão que não se expunham muito ao sol tinham uma probabilidade maior de desenvolver prejuízos cognitivos como déficit da memória. Isto acontece porque a luz solar afeta o fluxo de sangue no cérebro que está relacionado com as funções cognitivas.
Luz artificial serve?
A luz artificial das lâmpadas de casa ou do ambiente de trabalho não traz os mesmos benefícios à saúde como a luz do sol. E, também não é só a exposição à luz do sol que pode causar danos à saúde, à luz artificial também.
A lâmpada emite uma radiação que é capaz de alterar o DNA, causando o envelhecimento da pele e o surgimento de manchas. Apesar de os danos serem menores em comparação aos danos causados pela radiação solar, os efeitos da radiação da luz artificial podem ser irreversíveis em longo prazo. Por isso, é importante o uso de protetor solar em ambientes fechados que contenham luz artificial para a proteção devida da pele.
Além disso, a exposição à luz elétrica antes de dormir pode afetar os níveis de melatonina, que é um hormônio responsável pela regularização do sono. A exposição contínua à luz artificial à noite não permite que o corpo relaxe porque interpreta que ainda é dia. Um estudo da Escola de Medicina de Harvard verificou que a exposição à luz do quarto nas horas anteriores ao sono reduz em mais de 50% os níveis de melatonina, prejudicando, assim, a qualidade do sono. O aumento da pressão arterial e o aumento do risco de diabetes também foram relacionados com a longa exposição à luz artificial.
Por isso, ao chegar à sua casa à noite, procure manter baixo o nível de luminosidade. Evite ficar até tarde na internet ou dormir com a televisão ligada. Seu sono será melhor!