Malhando o Cérebro

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Malhando o Cérebro

1 de setembro de 2022

Em um artigo publicado no jornal britânico The Guardian, o neurocientista Ben Martynoga selecionou diversas pesquisas acadêmicas para demonstrar como os exercícios influenciam o cérebro de diferentes maneiras. Manter a mente saudável pode ser mais simples do que você imagina.

Veja abaixo quais foram os resultados apresentados por ele:

Memória – Os exercícios aeróbios estão diretamente ligados ao hipocampo, a principal área responsável pela memória em nosso cérebro. As pesquisas científicas realizadas com crianças, adultos e idosos, identificaram que, quanto mais em forma fisicamente os pacientes estavam, maior era o hipocampo. Essa análise demonstra que as atividades cardiovasculares podem melhorar consideravelmente a memória.

O impacto não está apenas na memória de longo prazo, mas pode ajudar instantaneamente na absorção de informações. Em uma das pesquisas, os cientistas analisaram que voluntários que caminhavam ou pedalavam enquanto estudavam outra língua, acabavam tendo mais facilidade em aprender.

Concentração – Se você precisa melhorar a concentração, então comece uma atividade física hoje. Um estudo feito com crianças na Alemanha identificou que a prática esportiva após o período de aula ajuda os alunos a terem mais foco em suas atividades. Após um ano de estudos, em que os pesquisadores realizaram atividades aeróbias com as crianças diariamente após as aulas, os cientistas perceberam que eles tinham evoluído em suas habilidades de controle mental. As crianças se tornaram melhor em ignorar distrações e armazenar informações. Os principais exercícios para estes objetivos são atividades que envolvem coordenação motora e concentração ao mesmo tempo, como brincar com duas bolas ao mesmo tempo.

Humor – Se tem algo diretamente influenciado pelas atividades físicas são as emoções. É muito comum os corredores, por exemplo, sentirem uma enorme sensação de prazer e bem-estar durante ou após as atividades esportivas. Isso é real e comprovado cientificamente. O que os estudos mais recentes indicam é que essa sensação não necessariamente está ligada apenas à endorfina. A evidência é de que os exercícios atuam diretamente no Sistema Endocanabinoide. Este sistema fisiológico descoberto recentemente recebeu este nome em função da planta cannabis. Os receptores endocanabinóides são encontrados em todo o corpo e são essenciais na conexão entre o sistema imunológico e o cérebro, influenciando, entre outras coisas, o nosso humor e criatividade. As atividades físicas estimulam o sistema endocanabinoide, dando uma sensação de relaxamento e prazer.

Combater o declínio cognitivo – Manter o corpo saudável através de atividades físicas regulares também pode preservar as suas atividades cognitivas. Os pesquisadores garantem que com uma frequência de 30 a 45 minutos, três vezes por semana já sejam o bastante para reduzir os riscos de desenvolver demência e outras doenças que atingem as habilidades cerebrais e cognitivas das pessoas. Não é necessário que as atividades sem de alta intensidade. Uma simples caminhada já tem um resultado enorme, conforme os estudos realizados com idosos.

Um artigo feito por pesquisadores norte-americanos e publicado no Neural Clinical Practice mostra que os exercícios físicos estão diretamente relacionados à performance cognitiva. Para o estudo, os cientistas avaliaram 100 participantes e mensuraram as atividades cognitivas dessas pessoas em períodos com e sem atividade física. A conclusão foi de que tendo, pelo menos, 52 horas de atividade física ao longo de seis meses, melhora o desempenho cognitivo de todas as pessoas, desde jovens até idosos. A prática esportiva não importa, e pode ir desde o Tai Chi Chuan e yoga, que conectam corpo e mente, até as atividades aeróbicas ou de força. Apesar de o declínio nas atividades cognitivas ser mais comum na velhice, os pesquisadores perceberam que o cérebro perde desempenho mesmo entre os jovens quando a rotina não inclui atividade física.

Eficiência cerebral – Quem se exercita precisa fazer menos esforço mental para realizar diferentes tarefas. Essa foi a conclusão a que os pesquisadores da Universidade de Tsukuba, no Japão, chegaram. Para que este resultado fosse obtido, os cientistas fizeram testes com 60 japoneses voluntários, com idade entre 64 e 75 anos, que não apresentavam sinais de nenhum tipo de doença cerebral. Durante a pesquisa, os participantes tiveram o cérebro monitorado enquanto realizavam diferentes tarefas. Os pesquisadores identificaram que os participantes com melhor preparo físico apresentaram atividade cerebral mais localizada, como é comum acontecer em cérebros jovens. Normalmente, pessoas idosas tendem a ter atividade cerebral mais espalhada, o que demanda muito mais esforço para realizar as mesmas tarefas. Com os resultados, os cientistas comprovaram que as atividades físicas deixam o cérebro mais eficiente.

Sensibilidade à alegria – Fazer exercícios também deixa as pessoas mais sensíveis a sentirem prazer, a alegria e entusiasmo, tudo isso graças à dopamina que é liberada no organismo enquanto o corpo está em movimento. Essa é uma das teorias defendidas pela psicóloga especializada em saúde, Kelly McGonigal, em seu livro “A alegria do movimento”. Com o passar dos anos é comum que os níveis de receptores de dopamina no organismo caiam. Mas, em um experimento que durou oito semanas, os participantes que participaram de um programa de treinamento que continha caminhadas, corridas e alongamentos, demonstraram um aumento considerável nos níveis de receptores à dopamina. Essa, segundo a pesquisadora, é uma solução eficiente também para os tratamentos com dependentes químicos e pessoas com comportamentos depressivos.

Felicidade – A felicidade também está diretamente ligada ao cérebro e, portanto, também pode ser influenciada pelas atividades físicas. Distúrbios como depressão e ansiedade são agravadas em pessoas sedentárias. Para entender melhor como a atividade física agia no cérebro no combate a essas doenças, um estudo norte-americano fez um experimento com 48 mil pessoas que faziam exercícios físicos de baixa e alta intensidade, como caminhadas e corridas. O que se identificou é que quanto mais intensos e regulares são os exercícios, mais efetivos eles são no combate à ansiedade e depressão. Alguns especialistas, inclusive, acreditam que as atividades físicas podem influenciar mais o humor das pessoas do que as drogas.

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